segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Logística Reversa no Brasil

Por: Amarildo Nogueira
Quando falamos em logística imaginamos um fluxo de produtos, desde o momento em que é gerada a necessidade de atendimento de um produto até sua entrega ao cliente que estará aguardando a sua chegada. Mas é importante ressaltar que existe um fluxo reverso, do ponto de consumo até o ponto onde este produto teve seu início de produção. Este fluxo reverso precisa ser gerenciado para obtenção de ganhos sustentável expressivos nos negócios.
Ainda falamos pouco sobre logística reversa, porém este assunto está se tornando cada vez mais comum em boa parte das empresas. Podemos usar como exemplo as empresas de gás de cozinha, que necessitam do botijão vazio para fazer o reabastecimento. Os clientes que necessitam comprar um novo botijão abastecido tem que entregar o vazio, pagando somente o valor do gás. Nas grandes cidades as empresas que vendem água em galões de 20 litros adotam o mesmo critério. Estes exemplos são os que evidenciamos em nosso dia-a-dia. 

Ouvimos muito nos dias de hoje a palavra reciclagem, o Brasil é o segundo maior em reciclagem de latas de alumínio. É notável que o grande aproveitamento de matéria-prima reciclada, tendo desenvolvido meios inovadores na coleta de latas descartadas. Com o índice de 96,2% na reciclagem de latas de alumínio para bebidas em 2005, o país se manteve pelo quinto ano consecutivo na liderança do ranking mundial dessa atividade. Segundo dados divulgados pela Abralatas e pela ABAL ( Associação Brasileira do Alumínio ), o Brasil atingiu a marca de 127,6 mil toneladas de latas de alumínio recicladas em 2005. São aproximadamente 9,4 bilhões de latas no ano ou 2,6 milhões de latas recicladas diariamente. Este número expressivo é proveniente da necessidade que muitas pessoas tem, fazendo da reciclagem uma fonte de renda familiar.
 Para Stock 1998 “Logística reversa se refere ao papel da logística no retorno de produtos, redução da fonte, reciclagem, substituição de materiais, reuso de materiais, disposição dos resíduos, disposição de resíduos, reforma, reparação e remanufatura…”
 Na da indústria onde o processo de gerenciamento da logística reversa é mais recente, destacamos as indústrias de eletrônicos, cosméticos, varejo e automobilística, que conseguem ganhos expressivos evitando desperdícios. Estes setores também têm que lidar com o fluxo de retorno de embalagens e produtos, de devoluções de clientes ou do reaproveitamento de materiais para produção.
Com a preocupação em preservar o meio ambiente, existe uma clara tendência de que a legislação ambiental caminhe no sentido de tornar as empresas cada vez mais responsáveis pelo ciclo de vida de seus produtos. Isto significa ser legalmente responsável pelo seu destino após a entrega dos produtos aos clientes e do impacto que estes produzem no meio ambiente.
Os fornecedores acreditam que os clientes valorizam as empresas que possuem políticas mais liberais de retorno de produtos. Esta é uma vantagem percebida onde os fornecedores ou varejistas assumem os riscos pela existência de produtos danificados. Isto envolve, é claro, uma estrutura para recebimento, classificação e expedição de produtos retornados.
Além disto, os esforços em desenvolvimento e melhorias nos processos de logística reversa podem produzir também retornos consideráveis, que justificam os investimentos realizados.
Por traz do conceito de logística reversa está um conceito mais amplo que é o do “ciclo de vida”. A vida de um produto, do ponto de vista logístico, não termina com sua entrega ao cliente. Produtos se tornam obsoletos, danificados, ou não funcionam e deve retornar ao seu ponto de origem para serem adequadamente descartados, reparados ou reaproveitados.
Do ponto de vista financeiro, fica evidente que além dos custos de compra de matéria-prima, de produção, de armazenagem e estocagem, o ciclo de vida de um produto inclui também outros custos que estão relacionados a todo o gerenciamento do seu fluxo reverso. Do ponto de vista ambiental, esta é uma forma de avaliar qual o impacto que um produto sobre o meio ambiente durante toda a sua vida. Esta abordagem sistêmica é fundamental para planejar a utilização dos recursos logísticos de forma a contemplar todas as etapas do ciclo de vida dos produtos.
Neste contexto, podemos então definir logística reversa como sendo o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo de matérias-primas, estoque em processo e produtos acabados (e seu fluxo de informação) do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de recapturar valor ou realizar um descarte adequado, conforme podemos observar na fig.1. 
Fig. 1 – Cadeia de recuperação de produtos Fonte :Fleichmann et al. 2000












 Podemos destacar como pontos importantes na rede de recuperação de produtos os tópicos abaixo:
• Coleta
• Inspeção
• Reprocessamento
• Disposição
• Redistribuição
Não podemos deixar de falar dos sistemas de informação que garantem o recebimento e atendimento correto dos pedidos, desde que esteja parametrizado conforme as atividades da empresa.É importante ressaltar que os colaboradores precisam estar treinados para desenvolver bem suas funções, evitando assim erros de envio dos produtos aos seus clientes evitando assim o retorno desnecessário.
A logística reversa esta sendo levada cada vez mais a sério no Brasil. As empresas sabem que para serem competitivas precisam além de ter um bom produto, disponibilizá-los no momento certo e conforme necessidade do cliente. Isto não impede que seus processos possam ser revistos para continuar atendendo as necessidades e obtendo redução de custos, pois quando bem definida trará ganhos expressivos para as organizações.

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